quinta-feira, 2 de julho de 2009

sobre noites frias e colchões vazios

de olhos fechados.
tocar aquela carne quente, alva e tenra com meus dedos gelados...
o colchão, que até a noite anterior parecia imenso, diminui de tamanho a ponto de eu quase não caber, mas é bom sentir-me pequena perto dele.
seu corpo, como um violino bem afinado, reage a cada toque, com suspiros e gemidos que tirariam qualquer um do sério...
posso ainda sentir seu cheiro, seu calor, seu gosto... mas eles não estão mais aqui...
a noite parece tão mais fria do que antes dessas memórias, o quarto parece tão mais vazio...
ele não vai voltar, e essa certeza que me dá liberdade para fantasiar sobre cada aspecto seu...
ele só é tão perfeito por não estar aqui, por ter deixado um lugar vago na cama que não mais será ocupado como foi por ele.
as memórias são mais doces e vívidas quando os momentos que retratam foram curtos o suficiente para deixar a vontade, e não a decepção.

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